Lula é eleito presidente do Brasil, trabalhadores voltam ao poder!

O  metalúrgico e líder sindical, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi eleito o presidente da República do Brasil, nesse domingo, dia 30 de outubro. Uma data histórica de retomada da democracia e do resgate de um caminho de desenvolvimento, de mais justiça e igualdade e melhor qualidade de vida para todos! A eleição de Lula representa a reconquista do poder por parte de forças democráticas. Um poder usurpado por um golpe jurídico, parlamentar e midiático que mudou as prioridades do governo brasileiro.


Depois da retirada da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) do poder, teve início um verdadeiro desmonte das políticas sociais que atendiam a parcela mais carente da população brasileira. O presidente Michel Temer (MDB) aprovou a Emenda Constitucional 95 , congelando os investimentos públicos por 20 anos. Direitos foram retirados com a reforma Trabalhista. O Congresso sancionou a Lei que revogou a obrigatoriedade da participação da Petrobras na exploração do pré-sal. A cooperação Sul a Sul, que priorizava políticas de interesse dos países em desenvolvimento do hemisfério sul, foi abandonada. O BRICS, agrupamento econômico composto por cinco países de mercado emergente, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, foi deixado de lado.  


O golpe de Estado, orquestrado pelos Estados Unidos, que coordenou o trabalho da operação Lava Jato, foi bem sucedido. Mas uma eleição viria pela frente e, depois de todo o trabalho de desconstrução do país, Lula aparecia em primeiro lugar nas pesquisas e poderia retomar o poder e voltar a promover uma política desenvolvimentista. Algo que iria de encontro aos interesses dos EUA.  


Depois de investigarem toda a vida de Lula e de seus familiares, tentando encontrar algum ato ilícito, os integrantes de agências de inteligência norte-americanas, de uma ala da polícia federal brasileira e os promotores da Lava Jato que tiveram a orientação do ex-juiz Sérgio Moro, não tinham muito o que fazer. Nada havia sido encontrado que justificasse a prisão dele. Mas os golpistas acharam uma solução. Auxiliados pela Delação Premiada, eles pressionaram réus a mudar depoimentos e a acusar Lula, que foi condenado e preso, sem provas, com a ajuda dos grandes meios de comunicação, vendidos aos interesses financeiros de seus proprietários e anunciantes.


A prisão de Lula pavimentou a vitória de Jair Bolsonaro, eleito presidente do Brasil com a ajuda de uma enorme avalanche de mentiras, de Sérgio Moro e de parcela substancial do empresariado nacional. Eleito, Bolsonaro fez, nos quatro anos que esteve no poder, o que afirmou que faria durante um jantar com lideranças conservadoras, em Washington (EUA), após as eleições: “O Brasil não é um terreno aberto onde nós pretendemos construir coisas para o nosso povo. Nós temos é que desconstruir muita coisa. Desfazer muita coisa...”, afirmou.


E assim foi feito. A reforma da Previdência do seu governo acabou com o sonho da aposentadoria de milhões de trabalhadores e reduziu o valor das pensões. Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, promoveram um gigantesco corte de recursos no serviço público e em programas sociais. E por falar em economia, o Brasil bateu recorde atrás de recorde de desemprego, miséria, fome e voltamos ao período da alta inflacionária. O meio ambiente foi dizimado.


Como se não bastasse, o presidente promoveu ataques à democracia, com ameaças de golpe, propagou o ódio contra a esquerda e as mulheres, negros, LGBTQIAP+ e nordestinos e foi um verdadeiro genocida na pandemia da Covid-19. Ele atrasou a compra de vacinas, estimulou o uso de medicamentos ineficazes e as aglomerações e foi contra o isolamento e o uso de máscaras. Houve ainda dezenas de denúncias de corrupção. Por fim, Bolsonaro perdeu as eleições tornando-se o primeiro presidente depois da redemocratização a não ser reeleito.  


Agora a classe trabalhadora, que se mobiliza há seis anos para que o país retome o caminho da prosperidade, precisa retomar a luta. O retorno de Lula à Presidência foi apenas o primeiro passo. Devemos estar unidos para combatermos as tentativas de golpe que poderão surgir com a derrota de Bolsonaro e para iniciarmos a reconstrução do Brasil a partir de 2023. E precisamos cobrar deste governo uma prioridade aos interesses do povo